terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Bailado




Ébrio, feliz e cinzento,
pairou no céu a nuvem,
tapou o sol com desdém,
choveu um sabor e tanto... tanto.

Tanto amor!... tanto pudor,
cerraram-se os olhos à alma,
fugiram os cavalos à dor
como presas dessa velha arma.

Dizem que o tempo cura,
mas o tempo não se possui,
é apenas algo que perdura
na liberdade do que já fui.

Velhas cantigas de amor
ecoaram despidas de valor,
nesta vida... escute-se a morte,
o silêncio dum bailado que morre.

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